Malas prontas. Rumo à
Túnis.
Finalmente chegou a
hora de discutir um outro mundo possível, com gente de todos os cantos.
A Vida Brasil se
orgulha de participar e ajudar a construir mais um Fórum Social Mundial (FSM).
Novamente o encontro será realizado na Tunísia, em sua capital Túnis. E o
Brasil, precursor do evento, levará uma das maiores delegações, tendo a Bahia
como um dos estados mais representativos.
Desde setembro, a Vida
Brasil vem mobilizando o movimento social baiano em torno das discussões do
Fórum. Desse processo, se formou o Coletivo Baiano/FSM, que deu continuidade ao
projeto iniciado desde 2013, ano do último Fórum e que contou com uma
expressiva delegação baiana.
Em 2015, o Coletivo
Baiano assumiu a responsabilidade de realizar o Seminário Internacional
preparatório para o Fórum Social Mundial, que ocorreu nos de 22 a 24 de
janeiro, em Salvador. O evento reuniu representações do Brasil inteiro, além de
membros do Comitê Internacional do FSM. O Seminário aprofundou diversos debates
e serviu para articular ainda mais a mobilização em torno do Fórum.
Alaa Talbi, do Comitê Internacional do FSM, durante Seminário realizado pelo Coletivo Baiano e Comitê Nacional |
Durante todo esse
processo, diversas organizações foram se somando ao projeto e compondo o
Coletivo Baiano. O resultado é que a Bahia terá mais de 40 representantes em
Túnis, oriundos de diversos segmentos do movimento social e garantindo a
diversidade de gênero, raça, geração e bandeiras de luta.
Bandeiras que
representam a luta diária de cada entidade, mas que somam-se a todas as outras,
formando uma unidade: a luta por um outro mundo possível. Um mundo sem racismo,
sem homofobia, inclusivo, solidário, com equidade, sem concentrações
fundiárias, midiáticas e de renda. Enfim, um mundo mais justo, participativo e
democrático, onde todas as violências decorrentes das desigualdades, injustiças
e intolerâncias sejam extintas.
Reunião do Coletivo Baiano/FSM, na sede da Vida Brasil |
Violência que,
infelizmente, foi sentida em Túnis há poucos dias do FSM, onde um atentado
terrorista vitimou tunisianos e estrangeiros. Violência que, no Brasil, esteve
recentemente nas ruas, através de discursos de ódio promovidos por
manifestantes que pediam uma intervenção militar no país. Violência que é vista
e sentida diariamente na Bahia, com uma política de segurança e um abismo
social que promovem a morte de centenas de jovens, majoritariamente negros e
negras.
E é para buscar formas
de combater essas violências e suas causas, que o Fórum Social Mundial se
configura como um espaço propício para discutir essas questões, conhecer
experiências internacionais e ampliar as relações com pessoas e organizações
que trabalham com uma perspectiva de mudança ao modelo atual de
desenvolvimento, afundando em crises econômicas, políticas, ambientais e
bélicas.
Para contribuir com
esse intercâmbio, o Coletivo Baiano e a Vida Brasil também realizarão algumas
atividades. No dia 25/03, às 4:30 (horário de Brasília – 08:30, horário de
Túnis), o Coletivo Baiano promoverá a mesa “Água é Vida”, em que se discutirá
diversas problemáticas transversais ao acesso à água. No mesmo dia, às 11h
(horário de Brasília – 15, horário de Túnis), a Vida Brasil realizará a
atividade “Desafios dos movimentos para implementação de políticas inclusivas e
de acessibilidade”, apresentando experiências do Brasil e Norte da África.
Coletivo Baiano rumo ao Fórum Social Mundial |
Além dessas
atividades, diversas outras serão promovidas por entidades que pertencem ao
Coletivo Baiano ou pela Delegação Nacional. Somando-se, assim, a uma
programação ampla e diversificada que reúne experiências e discussões do mundo
inteiro.
E é com o espírito
solidário, disposto a trocar experiências, acrescentar, aprender e compartilhar,
que o Coletivo Baiano embarcará rumo a Túnis, neste final de semana e retornará
no dia 29 de março. A expectativa é de trazer uma bagagem pesada, carregada de
experiência e conhecimento, para ser compartilhada com toda a sociedade. E a
certeza de que a Tunísia, berço da Primavera Árabe e farol do processo de
democratização no norte da África, ensinará muito à delegação brasileira e, da
mesma forma, também aprenderá com tanto intercâmbio.
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