Mais um carnaval chegou ao fim. Em 2014, quem comandou a folia em
Salvador foi o “Lepo Lepo”, o Psirico, os foliões e, claro, os trabalhadores e
trabalhadoras que fazem a festa acontecer. Pelo décimo primeiro ano o Eco Folia
Solidária se fez presente, valorizando o trabalho dos catadores e catadoras de
material reciclável. E, junto com ele, o projeto Rede de Cozinhas Solidárias,
que envolveu os grupos Tempero do Quilombo, 13 de Junho, além da Rede de
Alimentação, formada por ADOCCI, COOFE, COOPAED, Guia de Luz e Sonhos
Possíveis.
Durante o carnaval, o Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia
(CCRB) coordenou o Eco Folia Solidária, que foi responsável por mobilizar cerca
de 1.300 catadores, que coletaram mais de 70 toneladas de materiais
recicláveis. O CCRB foi responsável pela compra desses materiais, a um preço
acima do mercado, evitando atravessadores e valorizando os trabalhadores. Além
disso, nos cinco núcleos montados nos percursos do carnaval, foi feito o
cadastro dos catadores e catadoras, além da distribuição de equipamentos de
segurança (luvas, camisas, botas, protetores auriculares) e três alimentações
diárias.
Quem ficou responsável pela produção dos alimentos foram, justamente,
os grupos participantes do projeto Rede de Cozinhas Solidárias. Durante todo o
carnaval, 110 profissionais, sendo 83 mulheres, dos 7 grupos envolvidos, se
revezaram na produção. Foram preparados diariamente café da manhã, almoço e
jantar, distribuídos para os catadores e catadoras participantes do Eco Folia
Solidária. Da quinta de carnaval à noite, até a manhã da quarta-feira de
cinzas, foram produzidas 22 mil quentinhas.
Além de contribuir para a festa e para a valorização do trabalho dos
catadores e catadoras, a participação no Eco Folia Solidária também significou
geração de renda para os grupos ligados ao projeto Rede de Cozinhas Solidárias.
A oportunidade de trabalhar no carnaval significou um acréscimo de 30% na renda
média das trabalhadoras. Ainda assim, os grupos destacaram uma queda no
rendimento, em comparação com o ano passado. De acordo com Conceição, cooperada
da COOFE, “o recurso foi menor e os cultos mais elevados”. Já Dinha, da
cooperativa Sonhos Possíveis, afirmou que “mesmo diminuindo os recursos, esse
ano foi mais organizado, sem confusão. Valeu à pena!”.
As trabalhadoras dos empreendimentos também destacaram a contribuição
da Associação Vida Brasil na viabilização do projeto. Débora Rodrigues,
coordenadora do programa de Economia Solidária da Vida Brasil apontou o fato de
que o Eco Folia “afirma a Economia Solidária como alternativa importante no
processo de inclusão econômica dessa população composta, sobretudo, por
mulheres negras”. Para Ana Suely, do grupo ADOCCI, “A parceria da Vida Brasil
foi muito importante. Ajudou na logística, deu apoio na prestação de serviços
das nutricionistas e no estudo de viabilidade”. Janice, da COOFE, complementou:
“O estudo de viabilidade foi fundamental para regrar cada centavo. Se não fosse
isso, não daria certo”.
Agora, os empreendimentos estão finalizando o
processo de avaliação da participação no Eco Folia Solidária 2014. Já o projeto
Rede de Cozinhas Solidárias, executado pela Vida Brasil, segue em andamento,
mobilizando e apoiando novos empreendimentos de Economia Solidária, no ramo da
Alimentação. O projeto conta com o financiamento da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Governo do Estado da Bahia, através do programa Vida Melhor.
Confiram o vídeo do processo de produção, clicando aqui.
Confiram o álbum de fotografia, clicando aqui.
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