Foi realizado ontem, 2 de
junho, o Seminário “Fórum Social Mundial (FSM) 2015: legados e desafios
políticos”. O evento, promovido pelas diversas entidades que compõem o Coletivo
Baiano/FSM, teve como objetivo apresentar à sociedade as experiências e
discussões trazidas pela delegação baiana que participou do FSM na Tunísia,
realizado em março.
| Coletivo Baiano do Fórum Social Mundial |
A mesa de abertura contou
com a presença de integrantes do Coletivo, Margarete Carvalho (Unegro) e
Eduardo Zanatta (Centro Público de Economia Solidária), além de Mary Cláudia,
representando a SERIN (Secretaria de Relações Institucionais) e Aílton Ferreira,
representando a Sepromi (Secretaria de Promoção da Igualdade). Ambas as
secretarias receberam o relatório final de participação do Coletivo no Fórum.
Em seguida, Gilberto Leal (CONEN)
e Damien Hazard (Vida Brasil e Abong) apresentaram o histórico do Fórum Social
Mundial e debateram o seu sentido na atualidade. De acordo com Damien, o FSM
precisa se reinventar, mas continua sendo a maior articulação do movimento
social planetário em torno da construção de novos paradigmas de
desenvolvimento. Já Gilberto destacou a importância que as discussões do Fórum
trazem para influenciar nas atuações locais de cada pessoa e organização.
| Mesa de abertura: entrega do relatório de participação no FSM |
Na sequência, o Seminário
se dividiu em 3 blocos temáticos. O primeiro dele tratou das questões LGBT,
Gênero e Mulheres. Margarete Carvalho (Unegro) citou as dificuldades dos homossexuais
na Tunísia, cujos direitos estão à margem do processo revolucionário. “Os
tunisianos dizem para o segmento que primeiro é preciso fortalecer a
democracia, para depois discutir a pauta LGBT”.
Flora Brioschi (UBM/Fetim)
destacou as experiências de resistência das mulheres árabes, sobretudo as
tunisianas, palestinas e saharauis. “Nas diferentes regiões do planeta, a falta
de compreensão sobre a desigualdade de gênero leva à negação do acesso a
direitos e gera ainda mais violência contra a população feminina”, pontuou
Flora.
| Mesa "LGBT, Gênero e Mulheres" |
Já Gabriel Teixeira (CEN)
provocou a plenária sobre as práticas discriminatórias contra homossexuais
dentro do próprio movimento social baiano. Para ele, não adianta participar do
FSM e adotar um discurso humanitário, enquanto que nos próprios espaços locais
se reproduz formas de preconceito e segregação contra os gays.
Na mesa seguinte, de “Enfrentamento
ao racismo”, Sirlene Assis (Unegro), Gilbero Leal (Conen) e Cristiano Lima
(Afoxé Bamboxê) comentaram a relevância dessa temática dentro do Fórum, com
diversas mesas discutindo essa questão. Para Sirlene, a prática do racismo é
universal e com muitas similaridades, seja no Brasil, na Tunísia, na Palestina
ou nos Estados Unidos. Diante desse cenário, Cristiano acredita que é
necessário universalizar a luta e que o FSM foi um ambiente propício para fazer
articulações com entidades de outros países que atuam no enfrentamento ao
racismo.
| Mesa de Enfrentamento ao Racismo |
O último bloco de
discussão reuniu uma diversidade temática. João Pereira (CONAM/FABS) debateu
sobre a questão de moradia, criticando a falta de políticas públicas que
garantam o acesso à cidade e à habitação digna. Representando a Rede de
Economia Solidária da Bahia, Ana Suely comparou a realidade do Brasil e
Tunísia, ressaltando que nos dois países os governos ainda impõem barreiras
para a contratação de empreendimentos de Economia Solidária.
Márcia Pinheiro
(Comunidade Tradicional e Pescadora) e Eduardo Zanatta (Centro Público de
Economia Solidária) apresentaram algumas temáticas ligadas ao meio ambiente,
inclusive o conteúdo da oficina “Água é Vida”, promovida pelo Coletivo Baiano no
FSM.
| Mesa de Democracias, Participação social e Acessibilidade |
Para finalizar as mesas de
discussões, Wilson Cruz (Abadef) e Maria Helena (Apalba) deram seus depoimentos
sobre as atividades de acessibilidade e direitos das pessoas com deficiência.
Maria Helena, única albina a participar do Fórum, destacou que a luta por
direitos não é exclusividade de quem tem algum tipo de deficiência e que toda a
sociedade é convidada a participar do movimento. Para Wilson, o FSM também foi
uma oportunidade de trocar experiências exitosas no Brasil com representantes
tunisianos e angolanos que participaram das oficinas de acessibilidade.
As artes e cultura também
fizeram parte do seminário, que contou com a intervenção poética de Ametista
Nunes (Grupo Tortura Nunca Mais) e uma apresentação musical especial do cantor
Kamaphew Tawa (Aspiral do Reggae), que também esteve na Tunísia, fazendo um
emocionante show em praça pública.
| Show de encerramento com Kamaphew Tawa (Aspiral do Reggae) |
Para os participantes do
Seminário, a expectativa é que a articulação feita entre o movimento social
baiano em torno do Fórum permaneça, impulsionando uma mobilização em torno de
diversas pautas que estejam ligadas ao FSM e às demandas locais do Estado e do
país.
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