Foto: Carol Garcia/GOVBA |
Foi realizado no dia 15/08,
na sede da governadoria, um encontro promovido pelo governo estadual junto a
representantes de movimentos sociais, como membros da Abong (Associação
Brasileira de ONGs), Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviços), MST, Unicafes,
Sasop, dentre outros.
Na reunião, o governador
Jaques Wagner e alguns de seus secretários apresentaram suas políticas para as
áreas sociais das zonas urbanas e rurais. Os representantes dos movimentos
sociais também puderam debater várias questões, reconhecendo alguns avanços
promovidos pelo atual governo, mas também criticando o
pouco espaço que as organizações têm no processo de colaboração e decisão de
políticas públicas.
Para Damien Hazard,
coordenador da Associação Vida Brasil e representante da Abong, o modelo atual
de acesso a recursos públicos instrumentaliza as organizações e restringem sua
atuação. Ele também criticou a pouca participação dos movimentos na tomada de
importantes decisões:“Em matéria de relações do Estado coma sociedade, devem ser reconhecidos os avanços obtidos na promoção da participação social com a criação de diversos novos instrumentos e mecanismos de democracia participativa. Mas, importantes limites permanecem. O processo avaliativo desses espaços é insuficiente e esconde o fato que a maior parte dos espaços existentes demonstra uma fraca incidência política. Se os temas tratados nas conferências são de grande relevância, grande parte das decisões não é implementada”.
Ele também chamou atenção para as recentes manifestações de rua, que refletiam uma insatisfação com a representatividade das instituições políticas e o uso da verba pública para a realização de megaeventos, em detrimento de investimentos na área social. Damien também denunciou que a criminalização dos movimentos sociais ainda permanece, dando como exemplo a própria repressão policial que ocorreu nas últimas passeatas.
Outro ponto discutido foi a importância de uma Reforma Política que não se limite a uma Reforma Eleitoral, mas que também possa fortalecer os espaços e as práticas de participação social, a incidência política da sociedade civil e a democratização da comunicação. Damien ainda criticou o modelo de desenvolvimento seguido, chamando a atenção da necessidade de “desprivatizar” o Estado, para garantir um desenvolvimento econômico associado à distribuição de renda, garantia e ampliação dos direitos sociais e da cidadania, e da melhoria da qualidade de vida da população.
No final do encontro, a
Abong e a Cese entregaram ao governador um documento produzido por diversas
organizações do movimento social, além de uma proposta de criação de um fundo
estadual voltado para o aprofundamento da participação e da democracia.
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