quinta-feira, 13 de outubro de 2016

SEMINÁRIO: Expressões e Impressões do Fórum Social Mundial 2016

O Seminário "Expressões e Impressões do Fórum Social Mundial 2016" será realizado no próximo 18 de outubro, das 14 às 18 horas no auditório da Escola de Administração da UFBA. Este seminário pretende não só retratar o que foi o FSM 2016, mas também contribuir para uma reflexão sobre os processos de convergência dos movimentos sociais em prol de uma agenda comum, um assunto bastante relevante na atual conjuntura brasileira, baiana e planetária.

Início da descrição: Banner no formato quadrado, com duas cores: vermelho e Branco. Um mapa da Bahia, na cor branca, ocupa quase todo o quadrado. Dentro do mapa está escrito "Seminário: EXPRESSÕES E IMPRESSÕES DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2016. 18 de outubro de 2016. Escola de Administração da UFBA. Das 14h às 18h. Acima, do lado esquerdo, um balão branco, formato retangular, com inscrições em letras vermelhas diz: 2016 Fórum Social Mundial. No mesmo alinhamento, abaixo a esquerda, um retângulo também de fundo branco com as informações; Realização/Apoio: Coletivo Baiano do Fórum Social Mundial, Escola de Administração da UFBA - PROAP/NEC, fsm2015coletivobahia@gmail.com, tel(71)33214382. Fim da descrição.
Observações: O balão branco, formato retangular, com inscrições em letras vermelhas diz: 2016 Fórum Social Mundial, foi a logomarca do FSM 2016, inserido em fundo vermelho.

O que é o Fórum Social Mundial?
“Um outro mundo é possível!” É com esse lema que o Fórum Social Mundial (FSM) tornou-se conhecido. Surgido em Porto Alegre em 2001 por iniciativa de organizações da sociedade civil brasileira e planetária, o FSM desafiou o Fórum Econômico de Davos, rebateu o discurso vigente do pensamento único neoliberal e denunciou os efeitos perversos da globalização econômica e financeira.
O evento mundial foi reiterado na capital gaúcha em três edições, foi para Índia, Quênia e voltou ao Brasil em 2009, em Belém. Nesta década, as edições mundiais do FSM ocorreram principalmente em cidades africanas: Dacar (Senegal) em 2011 e Túnis, capital da Tunísia e berço da primavera árabe, em 2013 e 2015. Na última edição, em agosto passado, a voz dos movimentos sociais foi levada de forma inédita em um país do “Norte”, no Canadá, no coração do capitalismo norteamericano.

Paralelamente à edição mundial, fóruns sociais locais, regionais e temáticos multiplicaram-se pelo mundo, estreitando cada vez mais a relação entre o local e o global.
O FSM virou o símbolo da busca por um outro modelo de desenvolvimento para o planeta, socialmente justo e ambientalmente sustentável. Soube reanimar a chama da utopia no imaginário coletivo planetário. Não só militantes mas também muitos governantes que acessaram o poder pelas urnas, como na América Latina, reconhecem-se como “filhos e filhas do FSM”.
FSM 2016 em Montreal: o primeiro FSM no Norte
A última edição mundial foi realizada de forma inédita em um país do hemisfério Norte, em Montreal (Canadá), de 9 a 14 de agosto. A província de Québec, onde fica Montreal, destaca-se como um importante território de resistência ao neoliberalismo e de construção de alternativas coletivas ao sistema dominante na região. A população canadense derrubou no ano passado o governo conservador que, durante 10 anos, conduziu uma política econômica ultraliberal baseada em um extrativismo predatório e um forte conservadorismo social. A luta contra as areias betuminosas e oleodutos no Canadá, a mobilização dos povos indígenas pelos seus direitos, a força dos movimentos sociais, sindicais e ambientalistas, têm contribuído para essa mudança política e motivaram a escolha de Montreal para realização do FSM 2016.

 “Um outro mundo é necessário. Juntas/os, torna-se possível” foi o lema do FSM 2016. Organizado por um comitê local formado principalmente por jovens, o evento inovou em muitos aspectos, mas também enfrentou grandes dificuldades, começando pela negação de vistos para mais de 500 ativistas, principalmente de países africanos, do Oriente Médio, da Ásia e da América Latina, incluindo o Brasil.
Que balanço pode ser feito, quais foram os avanços e os desafios do FSM 2016? São alguns dos questionamentos que vão orientar a 1ª mesa do seminário.
O FSM: mais do que um evento, um processo
O FSM, na sua caminhada de 15 anos, envolveu movimentos e países tão diversos que a sua edição mundial tornou-se o maior encontro da sociedade civil planetária. Por isso, para além do evento, o FSM é um processo de mobilização, articulação e construção.
O FSM já teve muitas contribuições: pautou na agenda mundial o aumento das desigualdades decorrentes da financeirização da economia e valorizou outros paradigmas de desenvolvimento, a exemplo do “bem viver” defendido pelas populações indígenas andinas e amazônicas em contraponto ao “viver melhor” da ideologia capitalista; ou de outras formas de economia, da economia solidária à economia do cuidado dos movimentos feministas. Aprofundou o sentido da participação da sociedade civil, estimulou a criação e o funcionamento de múltiplas articulações nacionais e internacionais e inspirou a implementação de diversas políticas públicas.

A questão hoje é saber se o FSM é capaz de traçar uma estratégia articulada de superação do capitalismo e trazer respostas viáveis à crise civilizatória pela qual passa a humanidade. O capitalismo entrou em crise de múltiplas dimensões nos últimos anos e busca formas de se reinventar. Nesse contexto, como articular as lutas e ações específicas e localizadas com uma luta mais global? Quais as possibilidades de convergências das atuações da sociedade civil organizada, no Brasil como no mundo? Qual é o papel que um espaço como o FSM pode cumprir? Que mudanças, notadamente de cultura política, devem ser trazidas no processo do FSM? Essas questões serão aprofundadas na 2ª mesa do seminário.
A Bahia e o Brasil no FSM
As organizações e movimentos sociais brasileiros possuem uma responsabilidade histórica no processo do FSM. Na Bahia, e mais especificamente em Salvador, diversos eventos relacionados com o FSM foram organizados na última década, tais como o 1º Fórum Social Baiano em 2004, o 2º Fórum Social Nordestino em 2007 ou ainda um Fórum Social Mundial Temático em 2010. No final da década anterior, ocorreu uma certa desmobilização, como consequência do distanciamento da edição mundial do evento e da falta de informações, mas também da descrença sobre a capacidade das instâncias de facilitação do processo FSM de reinventar-se na atual conjuntura.

Desde 2013, um coletivo baiano foi novamente formado, composto hoje por mais de 30 organizações e movimentos sociais. A sua participação no processo do FSM, incluindo nas 3 últimas edições mundiais do evento, foi intensa, resultando no fortalecimento das relações internacionais em diversas áreas: enfrentamento ao racismo, participação e democracia, direitos das mulheres, das pessoas com deficiência, democratização da comunicação, meio ambiente, direito à cidade, entre outros. Diversos seminários nacionais e internacionais foram realizados nos 3 últimos anos em Salvador, a exemplo de um encontro, em outubro 2015, que contou com a presença do Conselho Internacional do FSM.
A ruptura na conjuntura brasileira, com o retrocesso democrático e a crônica anunciada de uma deterioração dos direitos humanos e de um aumento das desigualdades, coloca novos desafios para os movimentos sociais brasileiros. Com um futuro do Brasil tão incerto, quais estratégias de enfrentamento podem ser delineadas? Como o processo do FSM pode contribuir? Essas questões devem permear a 3ª e última mesa do seminário.

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