terça-feira, 18 de março de 2014

Rede de Cozinhas Solidárias marcou presença no carnaval de Salvador!

Mais um carnaval chegou ao fim. Em 2014, quem comandou a folia em Salvador foi o “Lepo Lepo”, o Psirico, os foliões e, claro, os trabalhadores e trabalhadoras que fazem a festa acontecer. Pelo décimo primeiro ano o Eco Folia Solidária se fez presente, valorizando o trabalho dos catadores e catadoras de material reciclável. E, junto com ele, o projeto Rede de Cozinhas Solidárias, que envolveu os grupos Tempero do Quilombo, 13 de Junho, além da Rede de Alimentação, formada por ADOCCI, COOFE, COOPAED, Guia de Luz e Sonhos Possíveis.



Durante o carnaval, o Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB) coordenou o Eco Folia Solidária, que foi responsável por mobilizar cerca de 1.300 catadores, que coletaram mais de 70 toneladas de materiais recicláveis. O CCRB foi responsável pela compra desses materiais, a um preço acima do mercado, evitando atravessadores e valorizando os trabalhadores. Além disso, nos cinco núcleos montados nos percursos do carnaval, foi feito o cadastro dos catadores e catadoras, além da distribuição de equipamentos de segurança (luvas, camisas, botas, protetores auriculares) e três alimentações diárias.

Quem ficou responsável pela produção dos alimentos foram, justamente, os grupos participantes do projeto Rede de Cozinhas Solidárias. Durante todo o carnaval, 110 profissionais, sendo 83 mulheres, dos 7 grupos envolvidos, se revezaram na produção. Foram preparados diariamente café da manhã, almoço e jantar, distribuídos para os catadores e catadoras participantes do Eco Folia Solidária. Da quinta de carnaval à noite, até a manhã da quarta-feira de cinzas, foram produzidas 22 mil quentinhas.



Além de contribuir para a festa e para a valorização do trabalho dos catadores e catadoras, a participação no Eco Folia Solidária também significou geração de renda para os grupos ligados ao projeto Rede de Cozinhas Solidárias. A oportunidade de trabalhar no carnaval significou um acréscimo de 30% na renda média das trabalhadoras. Ainda assim, os grupos destacaram uma queda no rendimento, em comparação com o ano passado. De acordo com Conceição, cooperada da COOFE, “o recurso foi menor e os cultos mais elevados”. Já Dinha, da cooperativa Sonhos Possíveis, afirmou que “mesmo diminuindo os recursos, esse ano foi mais organizado, sem confusão. Valeu à pena!”.

As trabalhadoras dos empreendimentos também destacaram a contribuição da Associação Vida Brasil na viabilização do projeto. Débora Rodrigues, coordenadora do programa de Economia Solidária da Vida Brasil apontou o fato de que o Eco Folia “afirma a Economia Solidária como alternativa importante no processo de inclusão econômica dessa população composta, sobretudo, por mulheres negras”. Para Ana Suely, do grupo ADOCCI, “A parceria da Vida Brasil foi muito importante. Ajudou na logística, deu apoio na prestação de serviços das nutricionistas e no estudo de viabilidade”. Janice, da COOFE, complementou: “O estudo de viabilidade foi fundamental para regrar cada centavo. Se não fosse isso, não daria certo”.




Agora, os empreendimentos estão finalizando o processo de avaliação da participação no Eco Folia Solidária 2014. Já o projeto Rede de Cozinhas Solidárias, executado pela Vida Brasil, segue em andamento, mobilizando e apoiando novos empreendimentos de Economia Solidária, no ramo da Alimentação. O projeto conta com o financiamento da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Governo do Estado da Bahia, através do programa Vida Melhor.

Confiram o vídeo do processo de produção, clicando aqui.

Confiram o álbum de fotografia, clicando aqui.

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