sexta-feira, 16 de setembro de 2016

AWID – Futuros feministas: a Vida Brasil está presente



Ocorreu em Costa de Sauipe, no litoral norte de Salvador, na Bahia, nos últimos dias 8 a 11 de setembro o encontro da organização feminista AWID, uma articulação internacional criada há 30 anos que reúne mais de 5.000 organizações e movimentos feministas no mundo inteiro. Como afirmou a coordenação da AWID, o encontro, que reuniu 1.850 pessoas (a imensa maioria de mulheres) de 120 países, ofereceu “um espaço para responder à necessidade urgente de reorganizarmos, não somente como feministas e ativistas pelos direitos das mulheres, mas também com aliadas/os de outros movimentos sociais que se juntaram a nós aqui para desvendar novos caminhos, ou construir a partir das experiências existentes, visando a incrementar nosso poder coletivo de co-criar futuros feministas.”

A Vida Brasil estava presente no evento, representada por Islândia Costa e Damien Hazard. Junto com a Oficina de Educação em Gênero do ICAE (Conselho Internacional de Educação de Adultos) e REPEM - Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe, organizou uma oficina sobre o tema da Descolonização da Solidariedade. Damien Hazard integrou o grupo de facilitação, ao lado de Maria Cecília Fernandes (Uruguai), Shirley Walters (África do Sul) e Fanny Gomes (Colômbia). Cerca de 60 mulheres de diversos países participaram. A oficina foi traduzida em 3 línguas: português, espanhol e inglês.



Falamos de solidariedade, já com o preliminar repúdio ao governo golpista no Brasil, e logo depois expressando, escrevendo e descrevendo a palavra Solidariedade nas línguas nativas das pessoas presentes. Cerca de 40 palavras saíram.

As relações de solidariedade não são isentas de dimensões colonialistas, de dominação, como mostra por exemplo em muitos aspectos a cooperação internacional para o desenvolvimento na relação entre atores do Norte e do Sul do planeta. Essa colonização também pode ser observada nas relações entre atores em um mesmo território, por exemplo entre ONGs e movimento popular. Descolonizar a solidariedade nesse sentido significa combater as dimensões capitalistas, sexistas, racistas e excludentes das relações.



Experiências e iniciativas para descolonizar a solidariedade foram apresentadas, a exemplo da formação em equidade, que qualificou 5.000 jovens em Salvador sobre cidadania e valorização da diversidade humana, com enfoque nas diferenças étnico-raciais, de gênero, orientação afetivo-sexual e deficiência. A formação, desenvolvida através da parceria estabelecida entre Vida Brasil, ICEAFRO e Instituto Steve Biko, era parte do Consórcio da Juventude, um programa do governo federal para o primeiro emprego desenvolvido em Salvador por uma rede de 20 organizações, na década passada.

A oficina foi encerrada com uma música construída e tocada coletivamente, com instrumentos de percussão e de sopro do Brasil e de outros países, como expressão de uma solidariedade anticolonialista, anticapitalista, antisexista, antiracista e includente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário