quarta-feira, 18 de março de 2015

Encontro Regional discutiu o direito à Comunicação no Brasil

Foi realizado nos dias 12, 13 e 14 de março, o Encontro Nordestino pelo Direito à Comunicação (ENeDC), em Recife. A Vida Brasil esteve representada pelo seu assessor de comunicação, Alex Hercog, que também integra o Coletivo Baiano pelo Direito à Comunicação.

O evento reuniu pessoas de todo o Nordeste, em sua maioria estudantes, produtores e produtoras independentes, e representantes do movimento social que trabalham em defesa da liberdade de expressão e da democratização dos meios de comunicação no país.

A plenária de abertura do Encontro contou com o professor César Bolaño (UFS), a deputada federal Luciana Santos, Rosane Bertotti (FNDC) e Emiliano José, secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações. Emiliano anunciou que em breve o Ministério irá lançar um pacote de medidas visando desburocratizar e incentivar a atuação das rádios comunitários, além de trabalhar com a perspectiva de construção de uma mídia democrática.

Mesa de Abertura. Créditos: Divulgação ENeDC


Os dias seguintes contaram com diversas oficinas, rodas de diálogo e mesas de debate. Dois importantes aspectos se destacaram nas discussões: a necessidade de regulamentação do artigo 220 da Constituição; e o estímulo à produção de mídia alternativa à hegemônica.

O artigo 220 prevê a vedação de toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística; proíbe o monopólio e o oligopólio; e estimula a regionalização da produção cultural, artística e jornalística; dentre outros. Elementos, esses, que não são cumpridos na prática, o que demanda a elaboração de um marco que regulamente esse artigo e projete uma mídia mais democrática e plural.

Uma das propostas para pressionar o Governo e o Congresso a regulamentar o artigo constitucional é o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática. As propostas do projeto estão disponíveis no site do “Para Expressar a Liberdade”, em que qualquer cidadão e cidadã podem colaborar na coleta de assinaturas, clicando aqui

Roda de Diálogo "Mídia e Jornalismo no contexto atual". Créditos: Divulgação ENeDC


Outro elemento bastante debatido durante o Encontro foi a necessidade de produção alternativa. Alguns exemplos foram apresentados, como o Coletivo Nigéria de Comunicação (Ceará), que vem produzindo vídeos e filmes de fatos e versões ignorados pela grande mídia.

Da Bahia, esteve presente o co-fundador do Instituto Mídia Étnica, Paulo Rogério, que apresentou a experiência do portal Correio Nagô, um site de notícias e artigos que tem a questão racial como elemento central. O Coletivo Intervozes também apresentou uma publicação de análise da cobertura midiática durante as manifestações de junho de 2013.

Esses só foram alguns exemplos de produção alternativa e iniciativas que contribuem para a diversidade midiática do país, por mais que o espaço seja concentrado nas mãos de poucas empresas que detém o oligopólio dos meios de comunicação no Brasil.

Momento cultural do Encontro. Créditos: Divulgação ENeDC


O saldo do encontro foi extremamente positivo, pois serviu para debater temas fundamentais para a democracia brasileira, que é o direito à comunicação, além de favorecer a articulação de organizações e coletivos em torno de projetos políticos e de produção de conteúdo que contribuam para a democratização da comunicação no país.

O Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação será realizado em Belo Horizonte, nos dias 10, 11 e 12 de abril. 

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